terça-feira, 9 de outubro de 2007

Modernidade uma merda! Sem querer ofender à merda...

Ensaio sobre a Modernidade


Só temos a ganhar com a modernidade?

A figura acima é um retrato da modernidade. Descreve como estamos automatizados. Preferimos, ou às vezes fazemos sem pensar ou escolher, esperar uma fila enorme de gente conversando alto e fazendo barulho somente para pegar uma escada rolante, enquanto, ao lado temos uma simples escada, espaçosa, limpa e vazia. Um homem na foto sobre a escada enquanto uma multidão espera a escada moderna, que nos atrasa, mas nos leva de maneira mais sofisticada. E assim somos atingidos e sofremos com a sociedade atual, com a modernidade (e não modernismo!). Quando falo em modernidade me refiro ao que foi definido por Marschall Berman em seu livro "Tudo que é sólido desmancha no ar - A aventura da modernidade". Ele diz: “Existe um tipo de experiência vital - experiência de tempo e espaço, de si mesmo e dos outros, das possibilidades e perigos da vida - que é compartilhada por homens e mulheres em todo o mundo, hoje. Designarei esse conjunto de experiências como modernidade". No mundo moderno, por exemplo, a questão da identidade é uma questão pertinente e bem sofrida. Se você é criança, por exemplo, e você viaja muito a dois mundos diferentes, digamos que você more com seus pais e estude na capital do seu estado e sempre que pode você vai para o interior, a chamada “roça”, passear e visitar os parentes sempre. Estes dois mundos te impõem uma condição onde fica difícil saber quem você é, qual é seu sotaque, seu comportamento ou suas condições. Aprendemos nas escolas e na internet hoje em dia, pelo menos, que a modernidade destrói o ambiente natural e ergue um conjunto habitacional, e até aí tudo bem. Mas a coisa vai bem além disso. E isso não se sabe disso tudo quando criança. A paisagem muda rapidamente, nós ficamos tonto com as coisas modernas das grandes cidades, coisas dançando por todos os lados, out doors e letreiros invadindo nossa visão. Palhaços em frente de lojas, carros mais do que gente, barulho!

E quanto aos absurdos, a falta de referência, de cultura musical, de formação da valorização de um vocabulário decente? E quanto a violência no horário do almoço? Todo dia algo acontece, uma criança é arrastada pelo cinto de segurança do carro por varias quadras e depois ela é só mais uma noticia. Uma mulher é mutilada e jogada aos cães para que seja devorada e assim se suceda seu paradeiro. A educação familiar toma parte da culpa nisso sim, mas também a educação acadêmica! E quanto ao descaso com a “saúde” publica e seu papel no caos em que se encontra a modernidade? E a lista de questões e inquietações segue enorme.

Os filhos de pais pobres, pra frustração própria e dos filhos também, quando conseguem comprar um celular que o filho tanto queria, o amiguinho do filho exibe o de toque polifônico. Quando se consegue adquirir o de toque polifônico, vem o que bate foto... E já da para perceber que quando o filho pobre tiver o que bate fotos, o amigo vai está exibindo o que filma por vários minutos e depois lança no computador. E as crianças vão se criando nesta escravidão do materialismo, já nascem nela, cegas!

Tem também no pacote da vida moderna a massificação. Não pode ser por vontade própria que todo mundo gosta de som alto em carro com malas abertas, gosta de cerveja, de roupas com flores, de comportamentos e vestimentas idênticos, todos fãs de pagode e varias outras prisões. As pessoas estão presas, condicionadas aos mesmos gostos, pra não serem excluídas das listas de amigos. Medo de não aceitação. Pior que uma coisa vem puxando a outra

A evolução do homem, a meu ver, serve pra trazer doenças ao homem: AIDS, câncer, fobia social, depressão e síndrome do pânico. E uma enorme doença ao planeta, a modernidade. Claro que existem muitas coisas por trás das coisas que aqui questiono. Como Estados Nações poderosos, que lutam fervorosamente pra expandir seu poder e se tornar protagonistas da historia do mundo. Estes mesmos que aproveitam do consumismo e materialismo, da tecnologia que possuem, pra enriquecer às custas de outras nações que logo serão oprimidas por eles mesmos.


Rafael Oliveira