segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Livro e a Bagagem

Sempre que lemos bons livros nos deparamos com trechos, passagens, frases de efeito ou mesmo pensamentos que nos desperta a vontade de tê-los sempre à ponta da memória. Mas não é assim que acontece.
Nós todos, leitores ou não, sabemos, por exemplo, nossos nomes e sobrenomes, o nome do nosso planeta, que galinhas botam ovos e etc. São lembranças certeiras, mas não ficam necessariamente na ponta das nossas memórias. Então pensei em uma suposta solução: Fazer uma lista de todos estes fragmentos de bagagens que adquirimos das ótimas leituras. Dá certo? Dá errado. Falo por experiência, já o fiz e digo, é ainda pior. Você deposita aqueles preciosos pensamentos numa lista em um papel e guarda o papel – ás vezes num lugar estratégico de fácil consulta – e acontece que este ato de registrá-lo e guardá-lo faz com que nós pensemos que a lista está a salva, segura e sólida. E o que acontece? Ficamos tranqüilos com a bagagem em segurança e a deixamos de lado.
Desta forma, o esforço de lembrar se tornou o exercício de se esquecer. Então, e o que fazer? Eu leio tais trechos preciosos com muita calma e muita atenção – Deixo a naturalidade cuidar do resto.
Fugindo – não com displicência – o assunto em prol de uma relevante analogia, contarei um acontecimento real. Eu não posso tentar desesperadamente salvar na memória o momento presente em que me encontro, sentado a um banco – daqueles de praça – do campus universitário, bem acomodado e em paz numa tarde nublada de ventos frios, circundado por árvores variadas, pássaros e muito mais natureza.
De maneira semelhante a como reajo a leitura de um bom livro eu vivo com devida atenção e satisfação este momento sagrado, silencioso e saudável. É basicamente isso que aprendi com pouca leitura dos valores do povo oriental, a importância de se estar consciente do momento presente.
Acabando a precisa analogia volto ao motivo do texto, re-evocando a ideia de que preocupar-se (pré-ocupar-se)em guardar um peso de bagagem de leituras ou salvá-la em uma lista é quase como rejeitá-la à memória.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Um Texto Sem Graça

Sem graça sim, pois fazia algum tempo que já não sabia brincar com carros de brinquedo ou bonecos de luta. Talvez uns quatorze anos. Mesmo a lembrança de tal entretenimento estava meio turva, principalmente porque a ansiedade lhe corroera por dentro.

Se a universidade cumprisse com o calendário acadêmico, talvez isto não estivesse acontecendo, talvez este texto não fosse tão sem graça. Se seu tempo começa a deixar de existir por não ter referências, como por exemplos, coisas a fazer, ele começar a existir muito mais do que antes, só que agora, angustiante...
Porque, na verdade, as coisas instantaneamente boas não satisfazem mais do que elas duram. Namorar acaba com o próprio prazer de namorar minutos depois. Uma bebida acaba rápido demais, uma xícara de café te deixa ainda mais tenso, para variar. Humor cansa. Estudar se torna massacrante, a leitura vira a vontade da audição, a audição se torna uma vontade de não precisar entender o que se ouve. É o avesso total das funções normais. As musicas repetidas são enjoativas, as novas são ruins, as próprias são para outro momento. A composição não acontece, as notas não dizem nada.

A velocidade leva à redução, leva ao retorno, ao quebra-molas. As ruas só mostram saídas, as ruas expulsam da rua. O verbo não se verbaliza, o texto se descontextualiza, a vontade se torna um desespero, o desespero do devir, do tornar-se, do vir a ser... Aquele novo tempo torna-se a promessa do momento seguinte, uma salvação tardia e um remorso infeliz daquele passado preso na mancha das costas da camiseta.

A vida sem movimento torna-se um texto chato pra porra!
Um texto sem graça.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Pro povo besta que diz:

"Ah, "behind blue eyes" é a canção mais bonita do limp biskit." Ela é bonita sim, mas é de uma banda de muito bom gosto, um tanto antiga (eheh anos 60) chamada THE WHO, uma das melhores "da categoria". Confiram essa apresentação recente, 1979:
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O povo não tem mais o que inventar

Não, essa é boa! hehehe. Pior que depois de ouvir isso duas vezes eu estou misturando na mente as musicas. Estou esquecendo de como eram "Learn To Fly" e "In Bloom".
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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

BLOG TROPLOF


Isto?? Sobre o TROPLOF, blog do Graduado, Mestrando(rpg?) e AMIGO unebiano Écristio Raislan:

"O QUE É TROPLOF:
UM ESPAÇO DESTINADO A APRESENTAÇÃO DE IDÉIAS E PRODUÇÕES DIVERSAS DE ESTUDANTES, PROFESSORES E DEMAIS INTERESSADOS EM LITERATURA E OUTRAS ARTES. COORDENADO PELO PROFESSOR DE LITERATURA BRASILEIRA DA UNEB-ALAGOINHAS/BA, SÍLVIO OLIVEIRA. É ESPAÇO ABERTO PARA: ANALISAR OBRAS LITERÁRIAS E DE OUTRAS ARTES, PRODUZIR E DIVULGAR CRÔNICAS, NARRATIVAS, POEMAS, QUADRINHOS, VÍDEOS ETC."


"AFINAL, O QUE É TROPLOF MESMO?
Meu amigo Nelson Moraes, poeta e compositor, andava um dia pela orla de Ondina, em Salvador, quando viu um vendedor de hortaliças passar e gritar: "É coentro, é salsa, é quiabo! É trof troplof! É alface, é tomate, é cebola! É trof troplof! Curioso, aproximou-se do moço e perguntou: "Por que trof troplof?" O rapaz respondeu: "Estou aqui faz pouco tempo. Aprendi com um outro rapaz, que vendia maçãs neste mesmo local. Era ele que gritava trof troplof e vendia maças pra caramba. Quando ele foi embora, peguei o grito dele e também vendo pra caramba!" Curioso, Nelson foi pensar por que exatamente trof troplof, essa coisa tão esquisita. Cansado, sem chegar a resultados, se jogou numa rede e foi comer uma maçã. Qual o som que a gente "ouve por dentro da boca" quando morde uma maçã? "Trof"! E qual o som que a gente produz entre os dentes logo na segunda mordida? "Troplof!" TROF TROPLOF é assim uma onomatopéia das primeiras mordidas em uma maçã. Onomatopéia também das nossas mordidas nas frutas da imaginação. Experimente o sabor!"

endereço: http://troplof.blogspot.com/

Conflitos na aprendizagem de uma LE com a LM já adquirida. (LE – Língua Estrangeira; LM – Língua Materna)

(resenha na UNEB também posto no blog -> www.oespaçodasletras.blogspot.com )

Tomemos como base de estudo o artigo “O conflitante encontro de LM com uma LE”
de Juliana Santana Cavallari


Usamos da leitura do artigo acima descrito para melhor pensar sobre o efeito que o processo da aprendizagem de uma LE provoca num sujeito-aprendiz. Partindo da observação de que a LM é a primeira experiência do sujeito com a Linguagem, comunicação e linguística.

Em seu artigo, a autora cita alguns teóricos literatos como a Revuz, o Pereira de Castro e o Milner. Pereira de castro salienta que “a peculiaridade de LM torna-se um elemento latente na relação com qualquer outra língua”. Revuz argumenta que é a LM que consiste a base psíquica do ser, levando a autora a concluir que, durante o processo de aprendizagem de uma LE são solicitadas as bases da estruturação psíquica, estruturação esta que podemos chamar de Linguagem, e neste caso, a LM.

Notemos que a aquisição de uma LM e a aprendizagem de uma LE nos mostra dados importantes. Enquanto a LM se apresenta ao sujeito como “Língua Nacional de captura ou Servidão Voluntária”, a LE pode ser o desejo de ter escolha, a liberdade de escolher uma ordem e as regras para se exprimir.

A autora diz que “toda tentativa de aprender uma outra língua vem perturbar, questionar, modificar aquilo que está inscrito em nós com as palavras de uma primeira língua”, já que, ao sujeito, parece que LM sempre esteve com ele e que a aprendizagem de uma LE se constitui uma experiência lingüística totalmente nova, o que não é verdade.
A autora relata ainda, uma situação de sala de aula de aprendizagem de LI (língua inglesa) como língua estrangeira, onde um aluno confunde a sonoridade da expressão “come along” com algo parecido como camarão, já que estavam falando neste momento em restaurante de frutos do mar. O tal aluno se manifesta e diz: “camalon, bem parecido com camarão em português, não muda em quase nada” , e isto se torna motivo de risos. Sobre isso, a autora cita Milner onde ele diz que “entre o signo e a coisa significada a relação é de simples encontro”. E isto reforça também o que foi relatado no início do texto onde falamos que a LM consiste a base psíquica do ser, a estruturação lingüística, e esta é tomada como referência e solicitada quando se está aprendendo uma LE.


Para os interessados na fonte, o link do artigo estudado é: http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/c00015.htm

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Alagoinhas hoje (como vejo)

Palavras-chave: Alagoinhas, trânsito, violência.

A cidade de Alagoinhas passou por mudanças significativas em relação ao trânsito. Mudanças benéficas, mas sempre existe um “mas” nas sentenças. Neste nosso caso, estamos lidando com novidades do trânsito e a mal-preparação dos agentes de trânsito da SMTT. São jovens que começaram a trabalhar na rua aparentemente sem habilidade para isto. Não sabem sequer dar uma informação de maneira educada.
Temos também PM (policiais militares) trabalhando em conjunto.
Existe uma responsabilidade grande das pessoas que trabalham na rua, que fazem o trabalho efetivo nas ruas, e não somente de quem trabalha com o planejamento e com a burocracia da coisa. Quem está na rua é que está lidando com todos que compõem a comunidade. E se a educação não vier de Policiais, Agentes de Trânsito, Guardas-Municipais e Cia, não esperemos quem venha do “povão”. Até porque, pessoas como eu sabem como agir com mudanças e se adaptam rapidamente, mas nunca se acostumam com falta de educação e tratamento rude.
Em falar nisso, a violência está crescendo drasticamente, todos nós conhecemos ao menos um alguém que foi assaltado na rua, assalto a mão armada durante do dia no centro da cidade. Isso não é charmoso nem sofisticado, não é coisa de cidade grande. Isto é perigoso e está errado! E se a polícia não agir, em conjunto ou não com outras corporações, os cidadãos vão querer resolver à sua maneira, alguns evitando o convívio social e se isolando cada vez mais, saindo menos e morrendo de medo; outros sairão armados esperando o pior para revidar, para se proteger. Sendo que servir e proteger vem de uma corporação que ganha dinheiro para executar isto. E se as pessoas começam a agir por conta própria e sem preparação nem organização para isso, as coisas conseguirão ficar muito piores que já estão.

sábado, 18 de julho de 2009

Eu vivi um dia de Janeiro

"Olha como faz"
Esse é um amigo de universidade, o apelidado de Tio-Mau. Essa é uma moça que eu ainda não conheço, mas se for querida por Tio-mau já é meio caminho para meu apreço. Esta é a canção "Dias de Janeiro" sendo interpretada de uma maneira que me fez pensar, sentir e escrever.

Sabem... Despretensão total? Sabe naturalidade, improviso?... Sabe ARTE?
Eu ouso dizer, isso é um desafio à Hollywood! Hollywood produz filmes surreais...
Mas essa realidade aconchegante teria que ser com a pior/inferior das tecnologias, pra capturar a imperfeição do homem e a perfeição dessa condição humana. Talvez a Vapor Filmes com seus curtas - eu disse talvez - Hehe.



Eu viajo. Viajo?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

“O futuro não é mais como era antigamente”

Índios
“O futuro não é mais como era antigamente”.

Seja lá o que Renato Russo queria alcançar compondo esta canção, acho que ele conseguiu, pois conseguiu mais do que somente uma coisa com ela.
Começando com uma bateria que começa sozinha, “reta”, sem firulas, perfeitamente equalizada e agradavelmente séria. Em seguida entram vocais, dedilhado de violão, provavelmente, fundo de teclado e um baixo de muita personalidade e precisão.

Esta parte já me bate e me derruba ao chão, como que me paralisasse e me obrigasse a ouví-la. Segundo, ela me enche de lembranças. A canção me maltrata por parecer que sabe muito sobre mim porque me conhece desde quando eu era criança. Sinto algo muito estranho, certa invasão de privacidade, parece que não posso mentir porque esta musica sempre esteve ao meu lado, mesmo quando não notei.

Daí, como se não bastasse, vêm as frases de efeito, tais como:
“Quem me dera ao menos uma vez provar que quem tem mais do que precisa ter quase sempre se convence que não tem o bastante, fala demais por não ter nada a dizer”.
“Quem me dera ao menos uma vez que o mais simples fosse visto como o mais importante, mas nos deram ESPELHOS e vimos um mundo doente”.
“Quem me dera ao menos uma vez (...) acreditar que o mundo é perfeito e que todas as pessoas são felizes. Quem me dera ao menos uma vez fazer com que o mundo saiba que seu nome está em tudo e mesmo assim ninguém lhe diz ao menos obrigado”.

Tudo isso numa canção direta, sem solos de guitarra e com uma voz que vai do mais intimista ao gritante protesto. No início da canção dá a impressão que o Renato está falando aos nossos ouvidos, como se este “mundo doente” estivesse aqui por culpa de todos nós, parece que está dizendo isso a você, o que lhe dá mais vida, na voz dele nesta canção notamos ele vivo. Nem é preciso muita apuração para capturar este sentimento.

Falo isso tudo acima fora a mais pertinente das mensagens da canção que é o olhar cuidadoso sobre os índios, que não está somente nesta canção, mas sim, em várias musicas do Renato. Basta escutar outras canções da Legião Urbana e observar, sempre há um olhar sobre os nossos índios, parece que era algo que afetava ao Renato e que acabou se tornando uma das maiores mensagens que eu particularmente me lembro quando “vejo” a figura dele.

sábado, 27 de junho de 2009

Meu nome é Jonas

Quando acordei tocava algo dos anos 80 no rádio do quarto, tocava Melanie C no som da sala. Faltava muito pouco para as 18 horas e então fui cuidar do quarto e da higiene pessoal. Hoje eu não queria tomar café, café especificamente, apesar de estar entusiasmado em aprender a preparar meu próprio café.
Mas ficou combinado entre mim e minha mãe que eu voltaria para casa hoje, então arrumei tudo na mochila, me arrumei também e já saí com a mochila e cuia. Estava muito frio e chuvoso, ao meu despertar o sol já havia de ter ficado turvamente indiferente. Passos calmos, duas camisas e um capote por cima, bermuda grossa, tênis e um gorro.
Peguei o ônibus para o centro da cidade, o gorro bege com branco alarmava em discordância com o resto dos trajes, fazendo com que as pessoas me olhassem mais que o normal. Eu queria ter escrito, antes de sair, o quanto eu era grato e me sentia abençoado em ter amigos, e na verdade, eu acho que meus amigos são pessoas melhores do que eu. Mas eu não achei a caneta e a fome me apertava, então, de repente, interrompi meus pensamentos e procurei meu caminho para a rua. Descido do ônibus, achei uma lanchonete qualquer, pedi um tipo de humburger com suco de acerola. A lanchonete era a de meu tio, mas ele nem estava lá. Com o troco comprei três cigarros na kit net ao lado, fósforos já os esperavam no bolso.
Subi em direção à pista de skate, ao estádio de futebol da cidade, mas a chuva me tocou e eu parei por ela. Fiquei a fumar meu primeiro cigarro embaixo de uma cobertura tosca, de uma venda velha e suja, sentei-me ao lado de minha mochila. Fiquei pensativo. Pensativo sobre aquela situação de vida e lembrei-me que me encontrava em frente à maternidade onde eu havia nascido, sem roupas e cheio de inocência, e hoje, cheio de roupas e sem aquela inocência, no mesmo lugar...
A chuva se foi e o cigarro acabou, continuei então o caminho que ia seguindo, quando chegava próximo ao meu local de destino encontrei um amigo, o Papa, um conhecido da tribo rock-rua daqui da cidade. Cumprimentamos-nos e ele me informou sobre os últimos acontecimentos da banda de rock a qual eu já fiz parte. Expliquei-me um pouco sobre “eu e aquela mochila” e aquele capote enorme, o que fazia da minha aparência a mesma de um gringo. Segui, pensei que o local estaria vazio, mas, melhor que isso, estava começando um ensaio de fanfarra, algo da filarmônica da cidade. Achei o máximo toda aquela percussão, toda aquela gente em sincronia, todo aquele perigo de errar, os garotos dos metais fazendo as melodias.
Fiquei ali em pé observando, mas percebi rapidamente que nesta condição eu estava mais sendo observado e então me sentei, me misturei à paisagem local, encostado ao alambrado, sentado no meio-muro, com a mochila do lado. Foi maravilhoso porque quando eu era pequeno eu tinha muita agonia de lugares ensolarados e cheios de pessoas e barulhos, mas ali, naquela noite, estava tudo muito frio, espaçoso e tinha pouca pessoa que não fazia parte da fanfarra. Um camarada passou por perto de mim duas vezes, de bicicleta, roubando intencionalmente minha atenção. Acendi, neste momento, meu terceiro cigarro e me permiti ser levado pela musica. Havia também ali pertinho um ensaio de um grupo de meninas dançando ao som da mesma musica, na mesma sincronia, marchando com bandeiras e coreografando. O camarada passou mais uma vez e desta vez falou comigo.
-E aí, curtindo o ensaio, não é? – Perguntou o camarada.
Respondi que sim, que gostava muito de ensaios, então ele disse:
-Você não lembra de mim, mas eu te conheço. Eu sou Mário, fui eu que fiquei te chamando de Joy na ultima apresentação da banda que vocês tocaram, lá na UNEB. Eu senti que o vocalista não gostou e aí que fiquei pedindo um monte de musicas dos Ramones.
Então eu disse a ele que me lembrava sim, por alto, da coisa do Joy, mas que não lembrava realmente da fisionomia dele.
-Prazer em conhecê-lo, cara. Eu sou o Jonas. – Eu disse.
Falei sobre o tal show e conversamos sobre musica, união e política aqui da cidade. Eu disse que tinha que ir, apesar de estar curtindo muito o ensaio e a conversa. Ele perguntou pra que lado eu ia, respondi apontando para um lado da cidade e então ele disse:
-Vamos lá, eu já estava seguindo para a praça mesmo.
Fomos caminhando, ele empurrando sua bicicleta ia falando que não tinha um emprego, mas que se virava para comprar uma bicicleta, um “shape” para montar um “carrinho”. Me contou como funcionava o esquema de fazer dinheiro. Neste meio tempo um homem de uns 30 anos montado numa moto e sem capacete ficou fitando meus olhos. Eu notei e o Mário também. O homem disse:
-Fala Bira! – Em voz alta.
-Como é que é? – Eu ri.
-Você não é filho de Bira? – Perguntou o homem, confuso.
-Nunca fui! – Respondi sem demora e voltei a mesma velocidade de antes ao caminhar. Daí o Mário disse:
-O que foi isso, cara? – Com cara de revolta.
-Sei lá, o cara me confundiu, não viu? – Perguntei.
-Mas e se ele tivesse algum problema com esse tal filho do Bira? – Perguntou ainda com tom de raiva.
-Aí seria um problema a resolver. – Respondi com bom humor e falei que de ali em diante eu seguia para outro lado. Mário despediu-se:
-Porra, velho, “brigado” quando for rolar show me fale, apareça mais nas ruas, eu sou como o rio, num paro de correr nunca!
-Falou mano, é isso aí! – Falei.
-Falou man! – E montou na bicicleta, tomando distancia rapidamente.

Continuei a andada a caminha à casa, agora estava entrando no bairro onde morava. Depois de uns 10 minutos andando eu avistei, na varanda de uma casa de umas amigas, um garoto conhecido, chamava-se Ruan. Parei para falar com Ruan, mas não queria ser visto por sua família pois queria chegar mais cedo em casa. Ruan já havia esquecido quase que completamente o idioma português, pois mora na Itália,e mesmo vindo para cá todas as férias pois a família da mãe é brasileira, não estava conseguindo me entender. Sua mãe me viu, ela gosta muito de mim e é recíproco, ela me chamou para entrar, fez festa, tive que entrar, com a mochila e o cansaço. Tivemos aquelas conversas de quem não se viu faz tempo, falando sobre todos os familiares, sobre as ocupações e possíveis novidades. Fiz a visita ser mais curta e forcei uma despedida com cautela. Vim andando para casa, a noite já estava pesando em meus ombros, cheguei em casa, enfim.
Fora minha mãe e meu cachorro, ninguém falou comigo e nem falei com ninguém, e, ao meio de uma típica briga de meus pais traduzida num bem-vindo entrei no quarto, olhei no espelho e fiz uma pergunta sem motivo nem resposta lógica:
-Quem sou eu? – Pensei.
-Meu nome é Jonas.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Campanha de um homem só

"quem sou eu"? Você amanhã e ontem. Mas hoje que você é você, faça sua parte. Economize água, só o quanto você conseguir, e também energia. E jogue lixo em recipiente próprio para lixo sempre que puder.
Esta não é mais uma questão de ser intelectual, ou moralista, ou demodê... É uma questão de sobrevivência, de inteligência e de consciência global. Tem um filme que ilustra coisas importantes ao redor deste assunto, o nome é "Uma Verdade Inconveniente", assista se tiver a oportunidade ou crie a oportunidade.

Humberto Gessinger disse: "somos um exercito, exercito de um homem só no difícil exercício de viver em paz". Sejamos.

Ah: Vale economizar folhas de papel também, árvores agradecem.

terça-feira, 9 de junho de 2009

A sala de aula na universidade abriga a pessoas que muito se atrasam, que muito faltam com presença. A sala nunca parece estar repleta. Mas é tudo muito rápido, no plano físico da sala de aula da universidade. O data-show é instalado sem demora, usado e desligado logo em seguida. As idéias vão fluindo dentro do tempo de aula, professores e alunos não têm tempo a perder. Texto são lidos, rapidamente discutidos, pessoas caladas pensando secretisses, pessoas colaborando, pessoas conversam baixinho e discretamente de modo que não atrapalhe a aula.
Não importa qual o curso, conhecimentos são compartilhados nestas salas, esquentam como um motor, como o calor dilatando o ar, depois esfriam até a próxima turma, o quadro negro é menos usado que na escola de ensinos fundamentais e médio. O barulho também é menor. Parece o sentido natural da evolução de uma pessoa que nasce, cresce, perde a inocência e com ela a alegria, ganha conhecimentos que as vezes nem queria, e se torna mais culta e entediada, reproduz e então morre.

... No ônibus coletivo da universidade até a cidade é uma coisa. Depois disso, a coisa é diferente, a solidão é coletiva. Nesse primeiro ônibus, todos cansados, o frio em vento entrando forte pelas janelas, as pessoas ainda riem dos acontecimentos da tarde.
Uma garota se insinuando para um rapaz claramente envergonhado; o cobrador recolhendo as passagens; o motorista, mecânico.
Quatro garotas neste mesmo ônibus, gravidas. Isso me tomou os pensamentos por um momento, passei a pensar sobre o verão deste ano, o quão produtivo ele foi, pois as "barrigas" pareciam ter tamanhos parecidos.
Pessoas algumas ainda irão à outra cidade ensinar, ou à mesma. Pessoas tristes, pessoas contentes.

No segundo ônibus, o que leva ao destino individual de cada um, todos calados. Desconhecidos sentam-se ao lado uns dos outros compartilhando frieza e passividade. Pensamentos cansados ainda mais. Pesados. Planos um tanto descrentes sobre o futuro, olhares voltados para baixo. O frio parece incomodar mais, os corações das pessoas parecem sido tocados pelo mofo. Pessoas em pé. A tristeza é aparente, a solidão, a noite chegando, o pensamento coletivo maior é sobre tomar banho, comer e dormir. O dia acaba cedo demais neste segundo ônibus. As pessoas estão tão entanguidas e frias como as suas toalhas molhadas, penduradas ao varal, pesando. Tudo é deprimente demais neste segundo ônibus.

Medievalismo


Hoje li mais uma vez sobre castelos, reis e rainhas, cavaleiros e servos, sobre a igreja e sobre sua influencia nestes tempos, tempos da Inglaterra medieval. Lendas, mitos, mortes e nomes com números romanos ao lado. É tudo com perfume de glória. Às vezes eu queria estar lá, queria vestir ao menos uma vez aquela armadura, queria fabricar uma espada e com ela lutar em cima de um cavalo. Eu não ia acreditar plenamente no rei nem no bispo, acreditaria mais no cavalo, mas isso ficaria oculto à minha pessoa, pois eu não iria querer morrer.
Eu não ia temer o castigo de Deus, mas de quem pensava que podia falar em nome desta entidade. Eu ia ter meus instintos de hoje e de sempre, em contexto e condição diferentes.
Mas hoje eu ouço uma canção tão agradável de se ouvir, do THE SMITHS, que eu penso em ficar nos tempos de hoje mesmo e quase todos os dias. Sempre existiram pessoas agradáveis, pessoas mentirosas, pessoas lindas, pessoas que encantavam, que eram felizes e otimistas, que eram negativistas e assim por diante, sempre em algum lugar alguém pensou não poder viver sem outro alguém, não importa o século.
Mesmo assim é de encantar pensar na vida nos castelos, nos banquetes, na proteção ao reinado, nos amores que ninguém soube, nos bastardos que ninguém conheceram nem conhecerão, nas punição severas e na abundancia de natureza destas épocas remotas.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Nu Social


O propósito aqui é abrir a mente mais uma vez, ou pela primeira vez. Não é propósito deste texto o entretenimento, tampouco a rebeldia ou a agudez de algum sentimento punk ou partidário ou etc. É propósito, sim, lembrarmos ou aprendermos a nos despir de valores morais e ficar nu para a sociedade! Parar com aquele comportamento que herdamos desde pequenos, comportamentos de retraimento, de vergonha, de negação, como quando nossos entes nos advertem: “Epa! Isto é feio, nunca diga isso na frente dos outros, nunca mais faça aquilo. Quando eu tiver conversando com alguém, não se intrometa!”

São mais importantes as visitas? São mais importantes por serem estranhos? Por serem da família? Por serem mais nobres? O que há com vocês, pais socializados? Eis aqui meu julgamento que vocês vão engolir: Vocês têm vergonha de si mesmos quando restringem os filhos! Talvez vocês tenham esquecido o que isso causa.
Este texto não fala de anarquia, ele é um soco na cara da humanidade fraca e desatenta.

O que há de vergonhoso em alguém limpar as ruas, recolher o lixo que você depositou na porta da sua casa? O que há de vergonhoso em falar que não acredita em algo ou alguém que você nunca viu? Alguém que você nunca conheceu?
Todos estão criando os filhos de acordo com a moda, de acordo com a tevê. Curioso como ninguém jovem ousa falar, ou mesmo tenham criado a possibilidade de pensar em dizer: depois de concluir o ensino médio pretendo ser pintor, pretendo trabalhar na área de higiene das clínicas e dos hospitais.
Mas não é importante ter as paredes pintadas ou as cozinhas de nossos hospitais bem limpos?

Muita gente me diz que a questão é que as profissões “melhores” (as quais reconheço como profissões que agradam aos nossos pais quando conversarem sobre as profissões dos filhos) dão mais dinheiro. O mal do homem atual é pensar que a moeda é mais importante que a satisfação. Uma vez em minha vida, por influencia dos outras pessoas, eu pensei em estudar o curso de Direito. Depois eu analisei bem, e ainda bem que era difícil e caro, pois nada tinha a ver comigo. Ler todos aqueles códigos, aqueles artigos e aquelas leis, coisas que são de muita importância para uma sociedade, mas que, repetindo, nada tinha a ver comigo. Eu seria um infeliz com dinheiro no bolso. Vocês já conheceram alguém assim?!
Tenho certeza que sim, pois eu conheço várias pessoas que até mesmo dizem: “Eu não sei como gastar meu dinheiro, sempre estou me arrependendo das minhas aquisições.”
A gente vive pensando que a próxima aquisição de um bem material vai nos tornar alguém mais feliz. Mas nem sempre isto acontece. Acontece muito de nos acostumarmos com o que acabamos de obter e alvejar a próxima satisfação materializada, embalada e à venda. Estas pessoas começam a aprender como que por osmose algo errado, aprendem que serão infelizes para o resto da vida porque a vida é cruel. Mas nós ajudamos a vida a ser cada vez mais curta, cruel e competitiva. A vida é muito rica, se soubermos assim enxergar. Na verdade a vida é um leque de possibilidades.

Sabe quanto às crianças tímidas, quando estas (por um leve “acidente”) perdem parte ou toda a timidez e a canalizam em revolta, rudez, violência, descaso, depressão e/ou vários outros sentimentos ou comportamentos? Isso se dá, às vezes, por conhecerem pessoas que muitos julgam como “à margem da sociedade” ou como “desajustados”, ou mesmo quando encontram um grupo de pessoas que estudam e pesquisam coisas alternativas, federações ou bandas de punk. Aí estes pais começam a culpar os outros, quando deviam culpar-se a si mesmos.

Agora pensem vocês que ainda não são pais e possivelmente serão um dia. Vão agir da mesma maneira? É bem aí que reside o erro. A ignorância não está em não ter aprendido o que não lhe foi exposto, mas observar o erro, já com idade e maturidade para conhecer a dualidade do bem e do mal, e repetir os erros. A hipocrisia é a gênese de muitas coisas erradas da sociedade. Fingir estar bem o tempo todo cansa. Tratar os clientes demonstrando maior atenção e amor, quando na rua, passa pelo mesmo cliente e, o desconhecendo, trata-o com o maior dos descasos.
E a hipocrisia de ser ecologicamente consciente? E todas as mentiras e suas pernas curtas para quem pára para observar?
Somos hipócritas quando desejamos um bom dia “em modo automático”. Só que esta hipocrisia vai se transmutando para uma prisão dos estímulos do corpo, da mente, das vontades e muito mais quando muito de nós, por exemplo, nos forçamos a não arrotar, ao liberar gases, não olhar para a mulher atraente do elevador, não rir demais para não parecer mal-educado ou tolo, e mais uma serie de coisas que se seguiriam numa lista enorme. Então preferimos sermos hipócritas escravos ou “mal-educados” livres? Muitos de nós ficamos condenados a não ter escolha por causa da criação, muitos de nós não paramos para pensar no assunto e levamos a vida desconfortável.
O nu social deve se despir destas, digamos assim, roupas apertadas. Todo mundo um dia acorda, chora e desabafa, ou quer morrer e não saber por quê, ou bebe demais e faz um discurso arrogante e depois fica na sombra dizendo que estava à luz da embriagues e não sabia do que estavam falando. Tudo é uma reação instintiva, uma resposta. Na certa algo machucou o calo que estas vestes apertadas causaram. Fingimos que vemos tudo turvo, fingimos que a vida é para ser assim mesmo.
Sentimos fome, sentimos sede, mas dependendo da situação, escondemos isto em prol da conveniência.

Outra coisa que vão jurar para si mesmos que não é verdade: Todos são racistas! Sem exceção. Costumo brincar dizendo que a regra é clara, pois somos todos bastardos racistas. Se o racismo não é sobre o negro, é sobre o índio, sobre o judeu, sobre o homem branco, sobre o caboclo, o de pele parda ou seja lá o que for, quando a única raça todos nós sabemos qual é: A raça humana. Tem gente que chega a formar um grupo contra os racistas, para fugir de si mesmos, fugir da culpa. Só quem está sofrendo a discriminação sabe o que se perde, o que se é menosprezado.
Outro soco na cara é o boa-vida. Quem nunca criticou um boa-vida?
Pode-se encontrar num dicionário qualquer da língua portuguesa o conceito de boa-vida: Pessoa que procura prazer na vida, evitando o máximo de trabalho. Eu gostaria de saber onde há crime nisto. Querem matar os boas-vidas por sentir aquela inveja presa na garganta. Mas se o cidadão pode, ele é livre. Você é livre pra fazer o que achar certo. Acontece que como já disseram muito antes de mim: “O inferno são os outros.” Sua liberdade não pode afetar ou sobrepujar a liberdade do outro. É só lidar com isso da melhor maneira possível, não precisa recorrer à humilhação alheia ou às agressões de toda e qualquer maneira.
Não sou a favor nem de anarquia nem de vandalismo, é bom que isso fique claro.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Rotina (de Ana Barbosa)


A rotina cresceu como mato,
e invadiu os quintais da casa.
A rotina matou o padeiro, o amor, a moça jovem,
a menina da esquina, o palhaço do circo, o velho.
A rotina não gosta de cores, sons alegres, luz do dia,
maresia. Ela é limo, mofo e lama.
A rotina roeu como traça quilômetros de e-mails e poemas.
A rotina pintou os quadros de negro, e meu canto de cinza chumbo.
AUTORIA DE ANA BARBOSA

PS: Recomendo que leiam também "Liberdade..." da mesma.
Aqui tem o endereço: http://www.osolnascera.blogspot.com/

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Quase dadaísmo pros olhos tortos

Mas eu já não sei o que fazer
Não sou famoso mas estou tatuado
nas costas de alguem
Não sei quantas coisas tenho que passar
para dizer que sou alguem
Pensando em ficar ou não ficar
Questão que me "eis"...
mas eu não sei...

terça-feira, 19 de maio de 2009


Até onde nossos olhos de formigas nos permitem ver?
Nossos olhos de formigas vêem o céu?
Esta, desta vez, é uma postagem que deixo a livre imaginação de cada um que venha a ler. É a coisa da nossa cegueira. Onde será que essa cegueira nos conduz?Uma cegueira dos olhos do corpo físico nos força a aumentar a percepção dos outros sentidos sensoriais. E este tipo de cegueira, que não nos permite enxergar, por exemplo, a energia. Será que ela evolui alguma outra coisa em nós ou só nos limita? Será que todos somos definidos realmente de limites?
*Essa foto retrata a minha pessoa, de camisa azul, e uma das pessoas com quem mais converso, e, conseqüentemente, troco opiniões sobre estes temas. Nós costumamos ficar abaixo do céu, as vezes tentando enxergar o mais longe possível. E nós nos namoramos.

The Smiths - Cemetery Gates


Um tenebroso dia ensolarado
Então eu encontro você nos portões do cemitério
Keats e Yeats estão do seu lado
Enquanto Wilde está do meu

Então nós entramos e gravemente lemos as lápides
Todas estas pessoas, todas estas vidas
Onde estarão agora?
Com amores e ódios
E paixões iguais às minhas
Elas nasceram
Então viveram
E então morreram
O que parece tão injusto
E me dá vontade de chorar

Você diz:
"Aqui três vezes o sol prestou saudação a aurora"
E você alega que estas palavras são suas
Mas eu sou muito instruído e já as ouvi
Uma centena de vezes (talvez menos, talvez mais)
Se você quer escrever prosa/poesia
As palavras usadas tem que ser as suas próprias
Não plagie ou pegue "emprestado"
Porque há sempre alguém, em algum lugar
que é narigudo e sabe
E que te passa uma rasteira e ri
Quando você cai
E que te passa uma rasteira e ri
Quando você cai

Você diz:
"Aqui feitos antigos foram feitos"
Palavras que só poderiam ser suas
E então você produz o texto
De onde isso foi arrancado
(alguma puta tonta, 1804)

Um tenebroso dia ensolarado
Então vamos onde somos desejados
E eu te encontro nos portões do cemitério
Keats e Yeats estão do seu lado
Mas você perde
Porque Wilde está do meu

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Existe esta tristeza...


Existe uma tristeza que todo mundo consegue sentir. Existe então esta tristeza que passa por nosso sentimento e que eu tenho o direito de externar com a faculdade da escrita.
Existe esta tristeza de quando, por exemplo, alguém muito querido morre.
Em menor escala, mas não insignificante, existe também aquela de quando uma pessoa que gostamos e com que nos acostumamos se vai, volta de onde um dia veio ou coisa do tipo.
Existe uma outra tristeza, e, comparando com as duas situações acima, eu diria que era para ser em média escala, a tristeza de alguém com quem nos relacionamos de enumeras maneiras, em variadas circunstancias e lugares diversos, e temos que romper este laço. E tudo de bom que o laço atou fica marcado como uma marca que afunda na pele, aquela lembrança viva. E as lembranças ruins, estas até se elegem a justificar o rompimento.
Existe esta tristeza que boas musicas só pioram, que o silêncio só piora, que uma página em branco só faz tudo piorar.
Existe este momento em que não sabemos o que fazer, mas sabemos que muda nossas vidas e muito.
Existe este momento que eu queria que não existisse.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

New Wave New Writter


Chegou o momento em que todo mundo é escritor. Mesmo que só digite, que tenha esquecido o papel e a caneta de lado. É como se fosse apenas saber exemplificar (quase sempre um dadaísmo -leia-se: "nada com nada"-), fazer criticas superficiais e desnecessárias (como esta) e fazer a correção do texto no final...

Parece que isso basta, e assim, escritores todos somos. E isso se aplica também à música, e a outros tipos de arte. É a arte de fazer arte, arte desleixada, sem compromisso, arte contemporânea, plástica, vestida em camisa de vênus, eu acho. Arte boba e marginal, mais boba que banda de rock, ainda mais boba que o zeca baleiro (ja tocando na cultura do: sou o tal: ouço velvet undergroung e R.E.M, pixies, sonic youth, conheço surf music e tropicalha, sou anti-moda, sou o caralho... quantas roupas se vestem(ta virando farda) quero ser pop só pra atrapalhar agora!

Mas voltando a questão dos textos modernos... Por que não colocar mais um exemplar de textos do tipo, jogar "na linha" e me tornar um escritor também.
A facilidade que buscavamos, encontramos. Acordemos, aproveitemos com todo o entusiasmo que conseguirmos forjar de nós mesmos!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Uma Resenha Musical

Desta vez o sentido é literal: Estes caras são fora do comum. Sem dar nome aos bois, nem à carruagem, até porque quem mora na pequena cidade de Alagoinhas e ouve rock há mais de 10 anos sabe de que estou falando.
Eles não fazem questão alguma de tocarem para grandes públicos ou serem famosos. Aí entra o clichê, mas entro eu também em defesa argumentativa: este comportamento da banda também é literal, o que eu, aliás, acho uma pena, um desperdício.
Vou explicar por que:
Para começar, eu não toco na banda, eles ensaiam quatro ou cinco dias na semana, e eu faço o possível para estar em todos os ensaios, chegando lá, eu esqueço do mundo e espero por qualquer música. Todas são preferidas. Daí começam as melodias, elas voam como flechas diretas em meu coração, a partir daí fica difícil não se encantar com qualquer letra, mesmo que fossem letras quaisquer, mas que não são.
Eu só posso dizer que eles moram lá "onde a luz é condensada". Posso dizer também que eles usam de arranjos sem muita sofisticação, que seus equipamentos são precários e que eles abusam de criatividade. Às vezes eu penso que pegaram pedaços do Iam Curtis, Jim Morrison, Renato Russo e do Raul Seixas(principalmente), bateram numa centrífuga e fizeram estes caras se embebedarem com o sumo destas lendas do rock.
Mas as coisas não ficam lá atrás, no passado, como as mortes dos seus ídolos. Suas musicas namoram a atualidade, abrem a boca e falam daqueles “vermes perfumados” em seus “palácios de ouro”, nos contam das pessoas que não vêem mais o pôr-do-sol e nem as estrelas. Falam das “dores computadas” , e da “alienação servida”, dentre outras verdades contemporâneas.

Por isso que, se dependesse de minha vontade, esta banda levaria idéias de reflexão; entretenimento; valores morais; da alienação; corrupção; da transcendentalidade e muito mais para um público muito maior, para ouvidos mais atentos, para almas famintas de algo bom e natural que os livre desta atual náusea sintética.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Banda Universo Distorcido



A banda “Universo Distorcido” existiu desde Julho de 2008 do ano passado até 4 de Abril de 2009. Nosso primeiro e único show foi no dia 1º de novembro de 2008, no evento Mosh in Rock, num clube muito tosco.



O evento não foi dos melhores mas a experiência foi boa para a banda. Porém, depois do Réveillon não houve ensaio algum por falta de interesse por um dos instrumentistas e então chegamos ao fim da banda.
As musicas da banda, algumas, entrarão num novo trabalho. Apesar de colocar algumas musicas da “Universo Distorcido” no novo trabalho, juntamente com musicas dos outros artistas, a essência da banda Universo Distorcido ficará com a Universo Distorcido, vagando no ar, na minha memória, e propagando no universo afora... De repente fazendo um monte de extraterrestrezinhos balançarem o esqueleto a alguns milhões de anos-luz daqui.
(Ou será que serão invertebrados estes extraterrestrezinhos?)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

UM XIS, UM NADA, UMA NEGADA


E todos nos seus direitos.
Mas é de causar saudades, as risadas em mesas de bar e cantorias alegres.
Alguns condenados entraram e alguns foram condenados a sair. Normal, virou Estado.
Tudo já vivido em outras turmas, em outras gerações. A coisa cresceu, pois "um pequeno grupo sempre foi e sempre será até o fim" (K. Cobain). Mas este grupo cresceu, involutariamente, como uma excitação, e como uma excitação, perdeu sua a razão!