Desta vez o sentido é literal: Estes caras são fora do comum. Sem dar nome aos bois, nem à carruagem, até porque quem mora na pequena cidade de Alagoinhas e ouve rock há mais de 10 anos sabe de que estou falando.
Eles não fazem questão alguma de tocarem para grandes públicos ou serem famosos. Aí entra o clichê, mas entro eu também em defesa argumentativa: este comportamento da banda também é literal, o que eu, aliás, acho uma pena, um desperdício.
Vou explicar por que:
Para começar, eu não toco na banda, eles ensaiam quatro ou cinco dias na semana, e eu faço o possível para estar em todos os ensaios, chegando lá, eu esqueço do mundo e espero por qualquer música. Todas são preferidas. Daí começam as melodias, elas voam como flechas diretas em meu coração, a partir daí fica difícil não se encantar com qualquer letra, mesmo que fossem letras quaisquer, mas que não são.
Eu só posso dizer que eles moram lá "onde a luz é condensada". Posso dizer também que eles usam de arranjos sem muita sofisticação, que seus equipamentos são precários e que eles abusam de criatividade. Às vezes eu penso que pegaram pedaços do Iam Curtis, Jim Morrison, Renato Russo e do Raul Seixas(principalmente), bateram numa centrífuga e fizeram estes caras se embebedarem com o sumo destas lendas do rock.
Mas as coisas não ficam lá atrás, no passado, como as mortes dos seus ídolos. Suas musicas namoram a atualidade, abrem a boca e falam daqueles “vermes perfumados” em seus “palácios de ouro”, nos contam das pessoas que não vêem mais o pôr-do-sol e nem as estrelas. Falam das “dores computadas” , e da “alienação servida”, dentre outras verdades contemporâneas.
Por isso que, se dependesse de minha vontade, esta banda levaria idéias de reflexão; entretenimento; valores morais; da alienação; corrupção; da transcendentalidade e muito mais para um público muito maior, para ouvidos mais atentos, para almas famintas de algo bom e natural que os livre desta atual náusea sintética.