sábado, 25 de outubro de 2008

"Mistérios e Paixões"



Oh, como eu sinto falta da “Clack-Nova” que nunca tive!
É muito triste o papel em branco, é solitário. É também sufocante querer livrar o peso da alma, mas não saber como fazer o cambio para o papel.
Cada sentimento que passa por mim, que muda algo em mim, a freqüência cardíaca, a freqüência psíquica e etc. Eu queria saber como descrevê-los corretamente pra me orgulhar no fim da página, e com esse orgulho pouco, fazer uma tempestade de bem-estar. E as coisas que não são palavras, e as coisas que nunca serão decodificadas? Estas são sagradas!
Por isso ninguém que mereça atenção escreve Deus ou dita. No máximo faz uma idéia de como seria. Ousadia todos tem, todos os sentimentos existem em todos os seres humanos, assim como conseguimos reconhecer-nos nos outros: Oh, que asqueroso, estupro, assassinato, pedofilia... Cada sentimento existe e é necessário pra nosso “sistema operacional” reconhecê-los para evitar ou não o uso. Até mesmo a hipocrisia está contida em todos nós.
Mas a questão aqui é que não há questão dentro de uma dezena de linhas e algo mais, e nem por isso eu aceito o texto como não-válido.
Saudações.

Rafael Oliveira

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Esquizofrenico


-É que todas as vezes que passo por uma funerária e olho pra dentro, todos aqueles caixões, tão lindos se não fosse sua utilidade, eu, inevitavelmente olho pra alguém nas ruas, e este alguém morre em menos de uma semana. Isso me atormenta.
-Eu não tenho como não ver outras pessoas na rua, as ruas estão sempre cheias e eu não posso fechar meus olhos e continuar andando. Daí ele me dizem: Por que então não deixa de olhar para as funerárias?
Eu evito, mas às vezes não dá. Às vezes me esqueço e às vezes eu estou em outras cidades.
Uma vez foi uma menininha negra e sorridente, cheia de vida...
E é por isso que eu estou digitando, meu coração está batendo muito forte e eu sei que morrerei com algum enfarte, algum desses aneurismas ou sei lá. É que hoje eu olhei pro caixão mais bonito de todos e depois me vi no reflexo do espelho do carro da funerária!