sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Rotina (de Ana Barbosa)


A rotina cresceu como mato,
e invadiu os quintais da casa.
A rotina matou o padeiro, o amor, a moça jovem,
a menina da esquina, o palhaço do circo, o velho.
A rotina não gosta de cores, sons alegres, luz do dia,
maresia. Ela é limo, mofo e lama.
A rotina roeu como traça quilômetros de e-mails e poemas.
A rotina pintou os quadros de negro, e meu canto de cinza chumbo.
AUTORIA DE ANA BARBOSA

PS: Recomendo que leiam também "Liberdade..." da mesma.
Aqui tem o endereço: http://www.osolnascera.blogspot.com/

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Quase dadaísmo pros olhos tortos

Mas eu já não sei o que fazer
Não sou famoso mas estou tatuado
nas costas de alguem
Não sei quantas coisas tenho que passar
para dizer que sou alguem
Pensando em ficar ou não ficar
Questão que me "eis"...
mas eu não sei...

terça-feira, 19 de maio de 2009


Até onde nossos olhos de formigas nos permitem ver?
Nossos olhos de formigas vêem o céu?
Esta, desta vez, é uma postagem que deixo a livre imaginação de cada um que venha a ler. É a coisa da nossa cegueira. Onde será que essa cegueira nos conduz?Uma cegueira dos olhos do corpo físico nos força a aumentar a percepção dos outros sentidos sensoriais. E este tipo de cegueira, que não nos permite enxergar, por exemplo, a energia. Será que ela evolui alguma outra coisa em nós ou só nos limita? Será que todos somos definidos realmente de limites?
*Essa foto retrata a minha pessoa, de camisa azul, e uma das pessoas com quem mais converso, e, conseqüentemente, troco opiniões sobre estes temas. Nós costumamos ficar abaixo do céu, as vezes tentando enxergar o mais longe possível. E nós nos namoramos.

The Smiths - Cemetery Gates


Um tenebroso dia ensolarado
Então eu encontro você nos portões do cemitério
Keats e Yeats estão do seu lado
Enquanto Wilde está do meu

Então nós entramos e gravemente lemos as lápides
Todas estas pessoas, todas estas vidas
Onde estarão agora?
Com amores e ódios
E paixões iguais às minhas
Elas nasceram
Então viveram
E então morreram
O que parece tão injusto
E me dá vontade de chorar

Você diz:
"Aqui três vezes o sol prestou saudação a aurora"
E você alega que estas palavras são suas
Mas eu sou muito instruído e já as ouvi
Uma centena de vezes (talvez menos, talvez mais)
Se você quer escrever prosa/poesia
As palavras usadas tem que ser as suas próprias
Não plagie ou pegue "emprestado"
Porque há sempre alguém, em algum lugar
que é narigudo e sabe
E que te passa uma rasteira e ri
Quando você cai
E que te passa uma rasteira e ri
Quando você cai

Você diz:
"Aqui feitos antigos foram feitos"
Palavras que só poderiam ser suas
E então você produz o texto
De onde isso foi arrancado
(alguma puta tonta, 1804)

Um tenebroso dia ensolarado
Então vamos onde somos desejados
E eu te encontro nos portões do cemitério
Keats e Yeats estão do seu lado
Mas você perde
Porque Wilde está do meu

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Existe esta tristeza...


Existe uma tristeza que todo mundo consegue sentir. Existe então esta tristeza que passa por nosso sentimento e que eu tenho o direito de externar com a faculdade da escrita.
Existe esta tristeza de quando, por exemplo, alguém muito querido morre.
Em menor escala, mas não insignificante, existe também aquela de quando uma pessoa que gostamos e com que nos acostumamos se vai, volta de onde um dia veio ou coisa do tipo.
Existe uma outra tristeza, e, comparando com as duas situações acima, eu diria que era para ser em média escala, a tristeza de alguém com quem nos relacionamos de enumeras maneiras, em variadas circunstancias e lugares diversos, e temos que romper este laço. E tudo de bom que o laço atou fica marcado como uma marca que afunda na pele, aquela lembrança viva. E as lembranças ruins, estas até se elegem a justificar o rompimento.
Existe esta tristeza que boas musicas só pioram, que o silêncio só piora, que uma página em branco só faz tudo piorar.
Existe este momento em que não sabemos o que fazer, mas sabemos que muda nossas vidas e muito.
Existe este momento que eu queria que não existisse.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

New Wave New Writter


Chegou o momento em que todo mundo é escritor. Mesmo que só digite, que tenha esquecido o papel e a caneta de lado. É como se fosse apenas saber exemplificar (quase sempre um dadaísmo -leia-se: "nada com nada"-), fazer criticas superficiais e desnecessárias (como esta) e fazer a correção do texto no final...

Parece que isso basta, e assim, escritores todos somos. E isso se aplica também à música, e a outros tipos de arte. É a arte de fazer arte, arte desleixada, sem compromisso, arte contemporânea, plástica, vestida em camisa de vênus, eu acho. Arte boba e marginal, mais boba que banda de rock, ainda mais boba que o zeca baleiro (ja tocando na cultura do: sou o tal: ouço velvet undergroung e R.E.M, pixies, sonic youth, conheço surf music e tropicalha, sou anti-moda, sou o caralho... quantas roupas se vestem(ta virando farda) quero ser pop só pra atrapalhar agora!

Mas voltando a questão dos textos modernos... Por que não colocar mais um exemplar de textos do tipo, jogar "na linha" e me tornar um escritor também.
A facilidade que buscavamos, encontramos. Acordemos, aproveitemos com todo o entusiasmo que conseguirmos forjar de nós mesmos!