quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Resposta para "Nada de mal nos alcança"

"E como mal algum, nenhuma percepção nos alcança. Somos as palavras ainda não escritas, a bossa-nova não tocada e o passo não combinado. Somos o tempo dizendo o que se vale realmente a pena viver. Somos a renúncia, o troco, a reviravolta. Somos a paz, a busca do equilíbrio, o aconchego de uma sintonia anunciada pelo desejo de sermos um. Somos a música do bater de pé em cada discussão, a diferença que se encaixa, a divisão que soma. Somos a saudade apertada no abraço de encontro, no abraço de despedida e novamente na chegada. Somos a estória inesperada. A três, ouso dizer que somos singularmente amor."

. Ariane Borges .

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O Bom Veneno - AUTORAMAS

O bom veneno é amargo
E os melhores vem em pequenos frascos
O bom veneno é rascante
Seu ventre queima seus dentes rangem
O bom veneno deve assim
E eu te peço sirva uma dose dessas pra mim

Todo começo é sempre o fim de algo que é bom ou de algo ruim
E o meu fim pode ser o principio do seu suplicio para eu poder retornar ao inicio

O bom veneno traz a morte certa
Sem deixar rastros sem deixar provas
O bom veneno é um bom drink
Se faz um brinde se comemora
O bom veneno deve ser assim
E eu te peço mais uma dose dessas pra mim

Todo começo é sempre o fim de algo que é bom ou de algo ruim
E o meu fim pode ser o principio do seu suplicio para eu poder retornar ao inicio

UNIVERSO VARIANT - AMOR, RIMA E SAUDADE

hoje seu amor, amanhã o mundo

24.10.10, era meio de tarde de Domingo. Sol suportável, vento agradável, boas almas pairando. Pessoas que amo em volta. Pensei em escrever mas não sei o que falar, se é pra falar a verdade eu não consigo rimar.












Tudo simples, sem esperar. Uma boa fotografa, uma musica chata na rua confirmando que nada neste mundo é perfeito. E na verdade eu nunca fui bom em poesia.











Nada pra fazer, nenhum lugar para ir e nenhum problema com isso. Um dia assim, um dia na vida. Nada mais que um belo dia. Nada menos que um dia belo. Céu azul e sol amarelo.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

Um achado na poeira de 23-07-06

Não me sinto junto, untado. Nem sempre sou eu mesmo, às vezes perco a paz e o juízo.


“Mas não estou morto e nem estou a venda” e não preciso de estar ao seu redor, e preciso estar ao seu redor. Eu sou um momento de duvida e não sei mais o que... sou poesia e besterol, sou repetição e redundância, e nem sou. Leio minhas palavras uma a uma, uma a uma as tomei emprestadas e nunca as devolvi por vontade própria, porque sou orgulhoso em ser letrado. Todos os dias os dias serão “os dias” se quisermos e pudermos.

sábado, 21 de agosto de 2010

Aprenda a ler a mão alheia!

A de minha irmã foi a primeira mão que consegui ler:

terça-feira, 27 de julho de 2010

A vida doce do Lobão, em pedaços.

Suas lágrimas que nunca brotaram Inundam sua alma, inundam sua alma.


Eu sou Nada e é isso que me convém Eu sou o sub-do-mundo e o que será que me detém?


Eu sou o Tenebroso, o Irmão sem irmão,
o Abandono, Inconsolado,
o Sol negro
da melancolia


Eu sou Ninguém, a Calma sem alma
que assola, atordoa e vem
No desmaio do final
de cada dia


Eu sou a Execução, a Perfuração
O Terror da próxima edição dos jornais
Que me gritam, me devassam e me silenciam


No espelho assistia à própria dor
De lembrar
Na sala vazia, a televisão ligada
Uma tentação de existir


Se ao menos, tanta coisa que se
Vive junto não evaporasse assim
Se, ao menos, na hora dela me deixar
Precisasse um pouco mais de mim
Se, ao menos, no escuro eu
Conseguisse apagar
Dormir sem sonhar, apenas
Dormir sem sonhar...


Uma, duas, três, já eram quatro da manhã
E eu andando por aí desde que anoiteceu
Perambulando na calçada de bar em bar
Tentando achar alguma coisa para me esquecer
Me distrair ou amanhecer
Ou alguém legal pra me abandonar
Pra enlouquecer um pouquinho ou talvez,
Ou um montão, sei lá
Foi aí então que eu te encontrei
Absolutamente pronta para arrebentar
Com os corações dos desavisados
Procurando alguma presa para estraçalharParei, pensei, filosofei
Há sempre uma outra pose por trás de quem posa
Mas ela posa bem, e como um animal rastejador, te perguntei
Ta a fim de ir para o Universo Paralelo?
Ta a fim de arrebentar no Universo Paralelo?
E de repente o telefone toca e é você
Do outro lado me ligando, devolvendo minha insônia
Minhas bobagens
Com a mesma falta de vergonha na cara eu procurava
alento no
Seu último vestígio, no território, da sua presença
Impregnando tudo tudo que
Eu não posso, nem quero, deixar que me abandone

terça-feira, 13 de julho de 2010

sábado, 10 de julho de 2010

A Criação. Limites. Clichês. Regras.

A Criação

Quase tudo que você vê ao seu redor o homem criou. Aquilo que o homem não criou é aquilo que criou o homem.

Os limites necessários

Sim, limites são necessários ao desenvolvimento das estratégias. Assim como a preguiça impulsiona a evolução de equipamentos cada vez mais complexos na estrutura, mas simples e eficazes em usá-los, cada vez mais dando conforto ao consumidor (ou ao homem, pois no capitalismo um recém nascido é um novo consumidor). Limites algumas vezes nos levam aos conflitos, conflitos melhoram nossas habilidades. Desafios fazem vencermos a nós mesmos. Fronteiras nos jogam ao outro lado delas, somos desbravadores por natureza. Dotados de curiosidade e de adaptação somos estes seres.

Onde estão os limites

Existem particularidades. Minhas limitações residem todas elas em minha mente. Meu corpo permanece saudável, mas minhas emoções indicam que minha mente não está saudável como o corpo, então eu começo a sentir alguns sintomas inclusive no corpo físico e capaz é de eu acreditar neste aviso, neste blefe. (Claro que não somos personagens oníricos. Falar de limites e possibilidades abre uma discussão grande e desnecessária, então trago logo à linha do discurso que os limites aos quais me refiro são os normais. Não estou dizendo que por termos um corpo e uma mente saudáveis poderíamos então voar, ou viver debaixo d’água.)Por esta questão de o estado mental impor limites ao corpo é que coloco aqui a questão seguinte: Uma pessoa que tenha alguma limitação no corpo físico pode viver (e muitas vezes vive) melhor do que uma pessoa que não a tenha. É uma questão a se pensar, porque estamos precisando conhecer efetivamente a nós mesmos.

Clichê

Certo, pode ser também alvo de clichê o que foi dito. Mas acredito que não torna menos importante tal assunto. Eu mesmo já perdi enumeras oportunidades por causa de um estado mental chamado Síndrome do Pânico. Seria o medo um clichê? Mas é algo real e que desvia atitudes e decisões antes certeiras? O que falar sobre ansiedade, claustrofobia, taquicardia, angústia, vergonha, sentimento de incapacidade, de invalidez. Tais emoções e sentimentos quando passam para o corpo com seus sintomas esmagadores a coisa fica muito séria. Clichês então talvez devam ser levados mais a sério.

Regras

A única regra em que acredito é não pode haver regra alguma. Óbvio que esta regra implica em várias exceções. Um software tem suas regras, um jogo de futebol ou uma escala musical. Porém, todos nós sabemos do que estou tratando aqui, da vontade livre de cada ser humano. Reformulando a primeira sentença então: A única regra em que acredito é a regra que não existe, já que regras não podem existir (me refiro àquelas que limitam as experiências e vivências humanas).

Conversa consigo

E ele acorda. Ainda deitado lembra-se de ontem. Sentimentos muito misturados, e os bons e os ruins se matando. Então um dos seus alter egos disse:

-Ta. Fale então umas cinco ou dez palavras soltas.

-Ele disse: incertezas, lembranças, medo, vergonha diante das pessoas que do ontem não sabem, alegria, conforto, medo das conseqüências... E o coração balança? E o coração romântico? E o coração artístico? E o coração?

-Mas eu disse umas cinco ou dez, e disse palavras soltas, como dadaísmo mesmo.

-Ok, alter ego, mas é que às vezes as emoções e a razão ficam disputando lugar na gente.

Tudo bem, tudo bem então, afinal isso aqui não é pra esclarecer nada mesmo, nem resolver, nem encaminhar, nem fazer sofrer, nem fazer chorar, nem fazer saber, nem mesmo pra confundir. É só para desabafar.

domingo, 13 de junho de 2010

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Numa tarde de sol que eu percebi pela milésima vez como ela é linda. Como seu cabelo é macio e suavemente castanho, como seus olhos são normais e especiais. Eu pensei que estava viajando. Mas ela me provou sem nunca ter parado de provar, a não ser em seus momentos de falha, que era apaixonada por mim. Eu, tão lindo e bobo, tão meu e triste com minha alegria tenra e esporádica, pensei que não podia causar mais paixão em ninguém. Eu me encontrava errado e quando eu me lia, vez sim, vez não, me lia ao avesso. 
Pois foi numa ensolarada tarde que eu percebi pela milésima vez ela como linda é. Como seu castanho e macio suavimente é cabelo e como especiais são seus normais olhos. Eu viajei que estava pensando. Mas ela provou-me sem nunca ter parado, a nao ser em suas falhas momentâneas, que por mim apaixonada era ela. Bobo, eu, meu, tão lindo e tão triste com minha tenra esporádica alegria, pude pensar que não causava mais paixão em ninguém. Eu me errava encontrado e quando lia-me, vez uma, vez outra, lia-me ao inverso.     

Rafael Oliveira Borges

sábado, 12 de junho de 2010

Para dançar cores na mente da gente

Como Wander Wildner, eu não consigo ser alegre o tempo inteiro:

sexta-feira, 11 de junho de 2010

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Uma vez um homem (Cião) estava tão atraído, sugado e apaixonado por uma mulher (Ava) que ele estava condicionado a viver em função dela. Começou a agonia e embrulho, a tragédia: ela era terrivel, precisa e legitmamente lésbica. Ele recorreu então ao que representava para ele o seu deus, uma arvore específica. Ele pediu para que seu deus o transformasse numa mulher atraente. Comeu de uma fruta da mesma árvore e tornou-se de fato uma incrível mulher. Mas, depois do pedido realizado, ele (Cião) pôde ver todos os seres que já fizeram algum pedido da maneira que eles eram de verdade, antes de também fazerem seus pedidos a seus deuses. A mulher (Ava) por quem ele estava fortemente obcecado era um homem. Ele (Cião) não podia mais vê-lo ("Ava") sem o "disfarce" concebido pelo seu deus. A coisa de não mais ver sem disfarces caia na verdade sobre qualquer um que fazia pedidos aos deuses, era um preço a ser pago. O nome Ava era na verdade Ivan. 

segunda-feira, 7 de junho de 2010

EMPREGO NO BRASIL

TO PAGANDO MINHA LÍNGUA FEIO, OS FAMOSOS FWD, AS CORRENTES DE EMAIL, NÃO SÃO TÃO BABACAS QUANTO EU ESCANCARAVA:

ESTA É A REALIDADE DO NOSSO PAÍS!



-EMPREGUINHO-


Um sujeito vai visitar um amigo deputado federal e aproveita para lhe pedir um emprego para o seu filho que tinha acabado de completar o supletivo do 1º grau.

- Eu tenho uma vaga de assessor, só que o salário não é muito bom...

- Quanto doutor?

- Pouco mais de 10 mil reais!

- Dez Mil!!!!???? Mas é muito dinheiro para o garoto! Ele não vai saber o que fazer com tudo isso não, doutor!!!! Não tem uma vaguinha mais modesta?

- Só se for para trabalhar na assembléia. Meio período e eles estão pagando só 7 mil!

- Ainda é muito doutor! Isso vai acabar estragando o menino!

- Bom, então tenho uma de consultor. Estão pagando 5 mil reais por mês, serve?

- Isso tudo é muito ainda, doutor. O Senhor não tem um emprego que pagasse uns mil e quinhentos ou até dois mil reais???

- Ter até tenho, mas aí é só por concurso e é para quem tem curso superior, pós-graduação ou mestrado, bons conhecimentos em informática, domínio da língua portuguesa, fluência em inglês e espanhol e conhecimentos gerais. Além do mais ele terá que COMPARECER AO TRABALHO TODOS OS DIAS...

terça-feira, 25 de maio de 2010

de OSCAR WILDE - O RETRATO DE DORIAN GRAY (um fragmento)

(...)



- Porquê?


- Porque tem uma juventude deslumbrante, e a juventude é a única


coisa que vale a pena ter.


- Não penso assim, Lord Henry.


- Pois não, não pensa assim agora. Um dia, quando for velho, enrugado e feio, quando o pensamento lhe tiver sulcado a fronte de rugas, e a paixão, com suas chamas medonhas, lhe tiver crestado os lábios, sentirá então uma impressão terrível. Agora, aonde quer que vá, consegue seduzir todas as pessoas. Mas será sempre assim? Tem um rosto de beleza deslumbrante, Mr. Gray. Não precisa fazer esse ar tão contrariado. É verdade. E a Beleza uma forma de Gênio, sendo mesmo superior ao gênio, pois não necessita de ser explicada. Ela faz parte dos grandes elementos do universo, como a luz do sol, a Primavera, ou o reflexo nas águas noturnas, dessa concha de prata a que chamamos lua. Não pode ser contestada. Tem o direito divino de um soberano. Transforma em príncipes os que a possuem. Sorri? Ah, quando a tiver perdido, deixará de sorrir... Por vezes, ouve-se dizer que a Beleza é apenas superficial. Talvez seja. Mas, ao menos, não é tão superficial como o Pensamento. Considero a Beleza a maravilha das maravilhas. Só os fúteis não julgam pelas aparências. O verdadeiro mistério do mundo é o visível, e não o invisível. Sim, Mr. Gray, os deuses foram-lhe favoráveis. Mas os deuses dão agora, para tirar depois. O senhor tem tão-somente alguns anos para poder viver a vida em real plenitude. Quando a mocidade se for, com ela irá a sua beleza, e, então, cedo descobrirá que não lhe restaram êxitos, ou terá que se contentar com os êxitos insignificantes, que a lembrança do passado tornará mais amargos do que às derrotas. À medida que os meses vão minguando, eles vão-no aproximando de algo terrível. O tempo tem ciúmes de si, e faz guerra à primavera dos seus anos. Então, ficará com a pele macilenta, as faces encovadas e o olhar mortiço. Irá sofrer tormentos... Ah! Tome plena consciência da sua juventude enquanto a possuir. Não esbanje o ouro dos seus dias a dar ouvidos a gente maçadora que tenta aproveitar o fracasso irremediável, nem perca o seu tempo com os ignorantes, os medíocres e os boçais. São esses os objetivos doentios, os falsos ideais dos nossos dias. Viva,


viva a vida maravilhosa que existe em si! Não desperdice nenhuma oportunidade, procure sempre novas sensações. Não tenha medo de nada... Um novo Hedonismo - eis o que faz falta ao nosso século. O senhor podia ser o seu símbolo vivo. Com essa sua personalidade, não existe nada que não possa fazer. O mundo pertence-lhe por um determinado tempo... No mesmo instante em que o conheci, Mr. Gray, vi que o senhor não tinha consciência da sua


verdadeira natureza, nem do que poderia ser. Havia em si tantas coisas que me fascinaram, que achei que devia falar-lhe de si. Pensei que seria muito trágico se se fosse perder. É que é tão breve o tempo de duração da sua mocidade... tão breve. As vulgares flores silvestres fenecem, mas voltam a florir. Este laburno estará tão amarelo em Junho do ano que vem como está agora. No espaço de um mês, a clematite ficará coberta de estrelas cor de púrpura, e, ano após ano, a noite verde das suas folhas vai segurar as mesmas estrelas avermelhadas. Mas nós nunca recuperamos a nossa mocidade. O pulsar de alegria, que em si lateja aos vinte anos, perde o vigor. Os nossos membros tornam-se débeis, os sentidos definham. Vamos


degenerando até nos transformarmos em fantoches hediondos, perseguidos pela lembrança das paixões que tanto temíamos, e das requintadas tentações a que não tínhamos coragem de ceder. Ah, juventude... juventude! Não há absolutamente mais nada no mundo senão a juventude. (...)